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O que podemos esperar do novo Plano de Mobilidade da Raposo Tavares?

Acontece nesta terça-feira (30) apresentação do “Plano de Mobilidade Urbana do km 21 ao 30 da Rodovia Raposo Tavares”, mais um plano que pode ser a solução para o trânsito da Raposo, entre tantos que já foram apresentados e discutidos por políticos e profissionais da área.

Conforme já anunciado por este blog, a apresentação ficará sob responsabilidade das Secretarias de Habitação e Desenvolvimento Urbano, acontece no próximo dia 30, no teatro Wurth. O evento é aberto ao público mediante inscrição antecipada. Esta humilde blogueira e jornalista estará lá, farei a cobertura também para a Revista Circuito.

Segundo a Prefeitura, no plano constam estudo de impacto e projetos que podem ajudar no escoamento viário da rodovia no trecho e de vias internas desta região.

O prefeito de Cotia, Rogério Franco (PSD) durante coletiva de imprensa no ultimo dia 22, quando apresentou o seu pacote de obras falou sobre o assunto e disse que o projeto será entregue ao Governo do Estado, que enviará um representante para participar da apresentação. O prefeito também adiantou que irá apresentar e melhorar a infraestrutura de vias internas na cidade para que os motoristas tenham outras opções além da rodovia. Assista:

Muito já se falou sobre soluções para a Raposo Tavares, desde duplicação em 2006, recapeamento, melhorias na sinalização, nas alças de acesso, promessa de retorno no km 26, quarta faixa, pedágio, corredor de ônibus e até metrô. A via ganhou até uma frente parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo, liderada pelo “deputado cotiano da Raposo Tavares” por onde circula quase 200 mil veículos por dia.  O último que se comprometeu a pensar no assunto foi o governador João Dória, quando esteve em campanha na cidade.

Para ajudar nas discussões, separei uma lista de matérias publicadas na imprensa da região que discutiu possíveis soluções para a Rodovia com jeitão de avenida. Também conversei com o Engenheiro especializado em Estradas e Hidrovias, Anselmo Duarte que conhece bem a Raposo Tavares.

“A área urbana de Cotia e muitas outras cidades, cresceu de  forma irregular e sem o mínimo de planejamento”, lembra Anselmo Duarte. “Para que possa melhorar o fluxo de transito, escoamento de cargas ou qualquer outro fator de mobilidade, é necessária a ampliação do leito carroçal.”, completa.

Mas o engenheiro pondera que para ampliar a área das vias, seria necessário a  desapropriação de imóveis lindeiros à via. Por outro lado, a maioria desses proprietários  às margens da rodovia são construções irregulares mas pelo tempo, hoje tem suas propriedades legalizadas e desapropriar essas áreas, além de impopular é extremamente caro.

A opção de jogar os veículos para ruas laterais ou vias alternativas como já adiantada pelo prefeito de Cotia, para ele é paliativa. “Pode durar algum tempo, mas será superado, podendo piorar a situação de forma geral, uma vez que por sua geometria ou característica urbana, as vias podem não suportar o fluxo de veículos”, avaliou. “Vão dar uma recauchutada no pavimento, melhor a sinalização e colocar pra rodar. Em menos de um ano, a cidade vai estar com a ruas entupidas, moradores reclamando de barulho, casas e muros trincados e, mais dor de cabeça”.

Sonia Marques, jornalista, editora e idealizadora do Reconversa

A perspectiva do meu amigo engenheiro foi um tanto desanimadora, respondi eu que moro na cidade desde os tempos em que se podia fazer piquenique nas margens da rodovia em seus quiosques embaixo das árvores… sim eu já tenho quase meio século de existência rsrrs

Ele rebateu que isso não é uma questão de otimismo ou pessimismo, apenas um alerta. “Estou falando de resistência de materiais, fluxo de veículos e estrutura de residências que não foram projetadas para grandes avenidas e muitas nem tem o recuo de quatro metros,  não possuem estacas para resistência e com o aumento do tráfego, a solicitação do material local é muito maior. Isso exige muito mais das construções laterais que não foram projetadas para isso. Fluxo exige espaço, se tem tudo bem, se não tem…

“Cortar na carne” seria a solução para Anselmo para que o futuro não pague a conta. “Mas nenhum prefeito vai ter coragem disso”, duvidou. “É caro, e extremamente impopular”.

 

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