
O que as passageiras dizem sobre o App de transportes feminino, Lady Driver?
Agora é oficial. O serviço de aplicativo de transporte feminino mais esperado da região, o Lady Driver, começa a operar na segunda quinzena de janeiro em Cotia, Vargem Grande Paulista e Carapicuíba. E o cadastro continua aberto para mulheres interessadas em serem motoristas. Passageiras também já podem baixar o App em seus celulares, tanto Android como iOS.
Logo que foi anunciado sua chegada na região, o serviço chamou a atenção não só de mulheres motoristas que viram no Lady Driver uma oportunidade trabalho e independência financeira, mas principalmente de usuárias de serviços de aplicativo que, muitas vezes, se sentem constrangidas ou passam por situações desagradáveis e sofrem assédios e violências durante suas viagens nos transportes por aplicativos.
É o caso, por exemplo, da jornalista Halitane Rocha, 25 anos, moradora do Jardim Isis, em Cotia. Mãe de duas bebês gêmeas de apenas um ano de idade, ela conta que é bem difícil sair com as duas de transporte coletivo, então, o aplicativo é a melhor opção, embora nem sempre essa experiência seja boa.
E não foi nem uma nem duas vezes que se viu em situações desagradáveis ao usar um serviço de aplicativo de transporte.
“Todas as situações desagradáveis que eu passei foram com homens, todas relacionadas a falta de educação e suporte. A pior delas foi no dia em que eu precisei sair sozinha de casa com as minhas filhas para uma loja de roupas. Uma estava no bebê conforto e outra no canguru. Além de não ter recebido um apoio neste momento, como qualquer outra pessoa com empatia faria, de oferecer uma ajuda, ele [o motorista] ainda se recusou a ir com o banco do motorista mais pra frente e mandou que eu desse a volta no carro pra usar o outro lado e, assim, conseguir encaixar o bebê conforto no carro. Ele foi super rude a todo momento, coincidentemente, no dia que eu estava usando um turbante. Ali eu já me estressei e fiz uma ocorrência por racismo e ele foi desligado alguns dias depois”, relata.
Ao saber da chegada do Lady Driver em Cotia, a jornalista ficou otimista e acredita que, com ele não precisará passar por situações como a narrada acima e terá viagens mais tranquilas com suas bebês. “Não que possa ser uma exclusividade feminina, mas pelo menos a maioria é mais empática ao atender outras mulheres, especialmente, as que estão com crianças. Além de evitar casos de assédios nas corridas”.

Halitane lembra ainda que, há três anos, ajudou uma amiga a registar um boletim de ocorrência contra o padrasto por abuso sexual. “E esse cara é ou era motorista de aplicativo. Quem pode afirmar que ele nunca fez nenhuma passageira de vítima também?”. Ainda segundo a jornalista, suas amigas lésbicas também não se sentem seguras ao andar com um motorista de aplicativo por medo de algum tipo de retaliação, “pois mesmo sendo possível um olhar preconceituoso de uma outra mulher, muitas delas já foram intimidas e perseguidas apenas por outros homens”.
Quem também está na expectativa para que o Lady Driver entre em funcionamento é a Relações Públicas Patrícia Rigamonti, moradora de Carapicuíba e mãe de uma adolescente que, como quase todas nessa faixa etária, está sempre em atividades, seja para ir na casa de amigos na região ou fazer cursos em São Paulo.
“Para chegar até o metrô mais próximo, que seria o Butantã, da minha casa, teria que pegar um ônibus, na avenida São Camilo, que passa a cada duas horas, e depois um outro ônibus da Raposo até o Butantã. Esse trajeto pode durar até duas horas”, comenta Patrícia. “De carro seriam 20 minutos”. Mas ela não deixa a filha utilizar o transporte por aplicativo e acaba ela mesma, ou alguém da família, atuando como motorista da adolescente, por receio. “Tantas histórias que ouvi de assédios com meninas em aplicativos que eu ficaria mais tranquila se fosse uma mulher no volante”.

Já a influenciadora digital Bruna Gasperaci utiliza serviço de aplicativo de transporte de vez em quando e, embora não ache perigoso, relata que certa vez sentiu medo e desprotegida “pelo tom da conversa do motorista”. Ela é mais uma que está ansiosa pela chegada do Lady Driver, faz coro com as demais e acredita que o aplicativo feminino vai dar mais segurança para as mulheres da região. “Mulher entende mulher, né?”
Segurança e oportunidade para mulheres
O Lady Driver atua em São Paulo desde 2017 e é o primeiro aplicativo legalizado para transporte exclusivamente de mulheres e formado por mulheres.
“Os relatos acima comprovam cada vez mais a necessidade da existência do Lady Driver”, diz Bruna Garcia embaixadora Lady Driver em Cotia destacando que o serviço também chega como oportunidade de empreendedorismo e independência financeira para as mulheres da região.
Mulheres interessadas em serem motoristas podem baixar o App Lady Driver Motoristas (disponível na loja de aplicativos dos celulares (https://cutt.ly/nRh8E3d) e preencher o cadastro com as informações solicitadas.
Passageiras também já podem fazer o cadastro baixando App na loja de aplicativos dos celulares, disponível em iOS e Android.