Se as eleições para prefeito e vereadores fossem hoje, em quem você votaria?

Não, isso não é uma pesquisa eleitoral, mas tenho certeza que você que lê esse texto agora (tenho esperança de que alguém leia rsrs) já deve ter escutado essa pergunta por aí, nos bares, nas rodas de amigos e até na igreja.

Eu tenho a impressão de que a gente nunca sai do período eleitoral, mas quando falamos de Cotia, a minha cidade querida, que eu adotei como minha, eleição é uma doença crônica. E contagiosa.

Todo mundo é candidato, cabo eleitoral de candidato, parente de candidato, funcionário de candidato, ou puxa saco de candidato. Vixi, não sobrou quase ninguém.

E também tem aqueles que, como eu adoram falar dos candidatos. E eles [os candidatos] adoram que falamos dele, e vale aquela máxima “falem mal ou falem bem, mas falem de mim”. Não, menos, depende do que a gente fala deles. Eu mesma até processos, ameaças, xingamentos e alguns adjetivos não muito bonitos já ganhei por conta disso.

Mas estou escrevendo tudo isso pra lembrar que se as eleições fossem hoje…candidato é o que não faltaria.

O primeiro da fila, claro, é o prefeito Rogério Franco (PSD). Ele assumiu seu mandato em meio a uma enxurrada de processos, alguns arrastados da campanha eleitoral – a mais barulhenta, atabalhoada e cheia de polêmicas e brigas que já acompanhei na minha história de cobertura de eleições nesta cidade. Demorou para sair do palanque. Deu trabalho para a oposição. Ou teria sido a oposição que deu trabalho para ele? Rogério se indispôs com a opinião pública, com eleitores, com padres, com professores, com mães de alunos e com vereadores. Talvez se o Papa Francisco, com toda sua fofice aparecesse por aqui também teria virado desafeto de Rogério Franco.

Mas ao chegar na metade de seu mandato, começa a fazer as pazes com seus desafetos e com a opinião pública. Anunciou um pacote de 200 obras e ações para mostrar ou fazer “a Cotia que você nunca viu”. E foi também só na metade do ano que a Prefeitura anunciou a entrega dos materiais escolares dos estudantes. Os uniformes, que tiveram que ser refeitos porque tinham a logomarca pessoal do prefeito, foram entregues um pouco antes (para ele a culpa foi da oposição que entrou com processo). Poxa, mas as aulas começaram em fevereiro, né?

Mas se as eleições fossem hoje, o principal adversário de Rogério Franco nas urnas seria ele, que “Ama Cotia”. Tô falando de Wellington Formiga (PTB). A última vez que falei dele arrumei uma briga danada no me perfil no Facebook e pode ser que esteja entrando em nova briga, mas eu aguento.

Na eleição passada foi o quarto mais votado na disputa, com 8,9 mil votos. E desde então, não desceu do palanque, foi candidato a deputado e ajudou a tirar os votos do candidato da máquina que não se reelegeu. Dos 17 mil votos conquistados nas urnas, 14 mil foram de eleitores cotianos. E todos os dias está na rede com alguma crítica à atual gestão, uma denúncia, um movimento. E tem uma legião de seguidores (eu também o sigo).

Mas não pensem vocês que se as eleições fossem hoje teríamos um plebiscito.  Apesar de as estatísticas sempre afirmarem que o candidato da máquina – seja a própria máquina ou alguém que ela apoie – já saia com mais de 25% dos votos garantidos, não podemos descartar a possibilidade de um novo nome roubar a cena, deixar de ser mero coadjuvante e estrelar no papel principal. Quem viver, verá.

Por tradição, a Câmara Municipal costuma lançar um candidato para o executivo, mesmo que seja para o cargo de vice, como foi com Quinzinho Pedroso, de Moisezinho e posteriormente da dupla Rogério e Almir Rodrigues.

Para estas eleições entre os nomes cotados nos bastidores estariam o emedebista Marcos Nena, que como já publiquei, foi afastado de suas funções por supostos problemas com a Justiça e pode ficar inelegível. O outro nome da Câmara pode ser o veterano Paulinho Lenha mas por enquanto nada muito concreto.

E no meio deste cenário, quem começa a despontar e não faz questão de esconder isso, é o ex-presidente da Ordem dos Advogados de Cotia Tuca Miramontes. Na eleição passada apoiou  Quinzinho Pedroso, de quem é amigo pessoal. Simpático, inteligente e educado, é um bom partido (mas nesse caso não tô falando de política, com todo respeito à senhora Lena Miramontes, sua esposa). Mas a gente já sabe que os “boa pinta” acabam conquistando uns votinhos a mais. Embora não tenha afirmado ligação direta com Formiga, seu partido também adota o slogan “Amor por Cotia”.

Mas voltando às articulações políticas do nobre causídico, tempos atrás conversei com ele por telefone. Ele não descartou nenhuma possibilidade, ou seja, pode ser candidato a vereador ou a prefeito. Sabemos que isso depende das articulações de bastidores. Se reuniu com Formiga mais de uma vez.  Mas no programa do Phyasco, também conhecido como Eduardo Soares, no último dia 28 de junho, afirmou que aceitou convite para filiar-se ao PSC. Na eleição passada o partido era aliado a Rogério Franco. Para as próximas eleições, vamos aguardar.

Mas Tuca não é o único advogado que pode querer ocupar a cadeira de Rogério Franco. Silvio Cabral, atualmente filiado ao Psol, chegou a anunciar sua pré-candidatura a prefeito, mas foi “desconfirmado” pelo partido. Mas deve lançar sua candidatura novamente segundo apurei.

Ainda falando de Psol, a novidade deve ficar por conta do mandato coletivo feminino para vereadoras segundo informou a jornalista Carolina Rubinato. A cabeça de chapa deve ser a professora Silvana Bezerra. Na eleição passada, o grupo de sete mulheres teve uma votação expressiva na disputa pela Assembleia Legislativa, quase 13 mil votos. Mas decidiram que não vão concorrer à vaga majoritária por questões internas do partido. Seria bem bacana termos mulheres disputando a prefeitura na cidade.

A novidade é que o grupo de mulheres se organiza na região e deve lançar candidaturas coletivas em outras cidades, como Itapevi, Osasco, Carapicuíba e São Paulo.

Bem, eu como não serei candidata a nada, fico por aqui, aguardando as cenas dos próximos capítulos. E de próximos candidatos ou candidatas.