
Cotia: ele [Rogério Franco] ficou. E agora, o que nos espera?
Já sinto cheiro de campanha eleitoral. O prazo para as filiações partidárias , troca de partidos, descompatibilização para quem pretende ser candidato, encerrou no último dia 2 de abril, no mesmo dia em que a cidade de Cotia completou seus 166 anos de emancipação político-administrativa. E viveu seu Dia do Fico.
O Dia do Fico de Cotia.
Depois que este blog publicou sobre a possibilidade de que o Prefeito de Cotia Rogério Franco (PSD) poderia ser candidato a vice-governador na chapa de Fernando Haddad, do PT, a cidade entrou em chamas. Não se falava em outra coisa nas rodas, nos botecos, no facebook ou nos grupos de whatsApp.
Quem perdeu essa história pode relembrar AQUI.
O fato é que a tão esperada, ou repudiada, aliança entre Rogério Franco e Haddad não aconteceu, não ao menos do jeito que foi cogitada. Mas Rogério, de gravata vermelha, discursou na Câmara Municipal durante sessão solene e deixou claro seu posicionamento:
“Eu saio, saio daqui hoje com a certeza de que nós estaremos juntos aqui em Cotia até o final do mandato.”
E continuou:
“Estarei no plano de pessoas que tem responsabilidade, no projeto Brasil-São Paulo, enfrentando aqueles que prometem e não cumprem, trabalhando para que a gente possa dar condições para que a população de baixa renda volte a ter condições de fazer uma compra no mercado para, pelo menos, passar o mês; para que eles não cheguem no mercado e troquem mais a carne por ovo; que não conseguem pagar botijão de gás.”
Ele não disse com todas as letras, mas as letras são duas: PT.
Uma semana depois do “Dia do Fico”, a paz voltou a reinar na cidade. Mas a pergunta que alguns ainda fazem é: Rogério Franco, estando no PSD, que lançará candidatos próprios não estaria provocando uma indisposição com seu partido? Ou ainda infringindo a ética partidária?
Não. Rogério Franco foi liberado pelo PSD para atuar na campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) e ocupa um papel importante para uma possível aliança em um segundo turno das eleições presidencial ou estadual.
A aliança de Rogério Franco ao PT, pode significar uma virada de posicionamento de outros prefeitos da região que em eleições passadas apoiaram Jair Bolsonaro então no PSL e João Dória (PSDB). Isso porque Franco já mostrou que é um grande estrategista ao transitar com diplomacia entre seus pares ou não.
Mas é certo também que Rogério Franco há de colher os frutos [amargos] dessa aliança, uma vez que a cidade de Cotia, por tradição e herança genética e cultural, tem um perfil conservador e nunca em sua história um prefeito teve a coragem de mudar esse discurso.
Pode ser que tudo isso não passe de um oportunismo de Rogério Franco para avançar em outras esferas de poder. E ter ambição não é pecado, muito menos imoral ou ilegal.
Pode ser que seja a chance que Cotia precise para mudar os rumos de sua história e avançar em politicas públicas com foco nas minorias, no meio ambiente, na cultura, na mobilidade…
Tudo pode ser.
E vamos em frente. Que venham as eleições 2022!