
11 anos sem as drogas: Esse é o meu ‘nascer de novo’
O Reino dos Céus é como se fosse uma vida nova, cheia de esperança e renovação. E não é possível chegar neste reino, ou neste estágio evolutivo da vida, se você não matar o velho homem que existe em você. Sim, eu matei e enterrei aquele velho Neto que era viciado em drogas. Há 11 anos eu nasci de novo e hoje valorizo quem eu me tornei e estendo a minha mão para aqueles que ainda amargam esse sofrimento
Dia 25 de junho de 2008 foi a última vez que eu, Neto, cheirei cocaína. O que me fez tomar essa decisão? A cobrança da minha consciência. Não dava mais, ou eu parava ou eu morria. Meu corpo se encontrava frágil e minha vida completamente sem rumo e sem direção.
Ontem, terça-feira, dia 25 de junho de 2019, fez, portanto, 11 anos que eu me afastei por definitivo das drogas. Curado? Não. Estou em tratamento. Até quando? Até meu último dia de vida, pois não existe cura para a dependência química. E é a própria Organização Mundial da Saúde quem diz isso: a dependência química é uma doença incurável, progressiva e fatal.
Confesso que não foi nada fácil largar o vício. Usar cocaína e álcool fazia parte da minha rotina diária. Em qualquer lugar, a qualquer hora, essas duas drogas eram as minhas principais companhias fiéis. Graças a Deus, dei a volta por cima.
Poderia aqui, neste artigo, detalhar várias situações e relatar tudo que vivenciei no período de sete anos que estive envolvido com as drogas (de 2001 a 2008). Mas não será este o meu foco. Pelo menos neste momento, não.
Quero aqui apenas deixar claro o seguinte: se eu consegui vencer, qualquer pessoa também pode. Afinal, eu não tenho capas e nem super poderes. Sou igual a todo mundo. O primeiro passo é o dependente reconhecer sua impotência diante do vício que o destrói. Parece fácil, mas não é. Impossível? Também não. Algo importante para ressaltar: a família deve também procurar ajuda, pois todos que vivem ao redor do dependente também adoecem.
Na frase que destaco no título deste artigo, “este é o meu nascer de novo”, me refiro à frase dita por Jesus e que está em João, 3:1 a 12: “Em verdade, em verdade digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” Essa foi a resposta de Jesus dada ao sacerdote Nicodemos.
Aqui eu interpreto como se o Reino dos Céus fosse uma vida nova, cheia de esperança e renovação. E não é possível chegar neste reino, ou neste estágio evolutivo da vida, se você não matar o velho homem que existe em você. Sim, eu matei e enterrei aquele velho Neto que era viciado e só pensava em usar drogas.
Esse novo Neto nasceu há 11 anos. Mas isso não quer dizer que o velho encontra-se absolutamente morto. Ele está, ainda, dentro de mim. Qualquer invigilância, ele grita. Não posso vacilar. Não posso dar ouvidos a ele. Preciso alimentar esse novo homem que em mim nasceu, persistir na luta diária e jamais pensar em desistir diante de uma derrota.
Eu nasci de novo e hoje levo esse aprendizado a outros jovens que estão passando pelas mesmas dificuldades que enfrentei há pouco mias de uma década. Só por hoje, funciona!