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Por que Cotia não tem um deputado para chamar de seu?

Por Toninho Melo

Em 2022, as eleições serão para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Como lembrou o amigo Saulo Carraro, dias atrás, estamos em ano pré-eleitoral – e a pergunta: Cotia terá seus candidatos a deputados ou votará, como sempre, em candidatos de outros municípios.

Temos 142.995 eleitores aptos (Estatísticas do eleitorado – Consulta por município/zona eleitoral — Tribunal Superior Eleitoral (tse.jus.br), votos suficientes para eleger um deputado estadual e um deputado federal.

Mas Cotia não tem identidade. Talvez por ser composta de migrantes que aqui se estabeleceram nas últimas décadas, não existe um compromisso real com o município. Vota-se em quem o prefeito, vereadores, presidentes de associações de bairro e cabos eleitorais (munidos de milhares de santinhos) pedem.

Se nas eleições para prefeito ainda existe alguma afinidade entre eleitor/candidato (geralmente o candidato é conhecido, extraído do meio político), nas eleições para deputados a afinidade é zero. Falta ao eleitor a consciência de que o deputado será seu representante na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados.

Pergunte a dez pessoas em quem votaram para deputado. A maioria não se lembrará.

Não há compromisso, portanto. Prova disso é que o deputado federal mais votado em Cotia, em 2018, foi Eduardo Bolsonaro com 7.656 votos, seguido por Joice Hasselmann, Celso Russomano e Bruna Furlan, que é da região, com 4.134 votos. Tiririca, em Cotia, ficou em sexto lugar. Mas foi relativamente bem votado. À exceção de Bruna Furlan, que sempre é notícia por aqui, alguém viu benefício trazido por Eduardo Bolsonaro e os outros mais votados? Aliás, alguém os viu por aqui?

Tivemos 10 candidatos a deputado estadual, pelo município de Cotia, em 2018. Nenhum se elegeu – a campeã, puxada por Bolsonaro, foi Janaína Paschoal, com 2.060.786 votos, que puxou para a legenda muitos dos deputados, sendo o menos votado o Coronel Nishikawa, com 23.094 votos, graças ao famigerado quociente eleitoral.

Apenas Gilmaci Santos foi eleito, com mais de 89.000 votos. Mas Cotia lhe deu apenas 2.212 votos. Os mais votados no município foram Wellington Formiga, com 14.951 votos, Marcio Camargo com 10.852 votos e Janaína Paschoal, com 7.643 votos, seguida por Adilson Lima, de Cotia, com 3.269 votos.

Nos tempos recentes, além de Gilmaci, tivemos dois candidatos com expressiva votação em Cotia: o ex-prefeito Carlão Camargo e seu irmão Marcio Camargo – mas não se reelegeram. Não porque fossem maus deputados; ao contrário, como Gilmaci, sempre lutaram pela cidade. Mas o povo, dono dos votos, resolveu votar em pessoas “de fora” a ter deputados próprios.

Voltando às próximas eleições: a tendência será repetir 2018, SE os eleitores não tomarem as rédeas para eleger quem os represente e ao município.

Por isso, desde já precisamos:

– ir escolhendo possíveis candidatos, entre os já políticos e as lideranças que ainda não o são;

– passar na peneira aqueles que se candidatarão apenas para tornar seus nomes conhecidos;

– nos unirmos, criando grupos nas redes sociais, para debater os nomes possíveis;

– sabatinar os possíveis e autonomeados candidatos, conhecendo assim o seu grau de interesse pelas coisas de Cotia;

– deixar de lado interesses pessoais e partidários para encontrar o candidato ou candidata ideal;

– ouvir as lideranças políticas, mas não nos comprometermos de cara, antes procurando conhecer pessoalmente quem é quem na ordem do dia;

– tomar como primeira medida, sempre, o fato do candidato morar em Cotia ou na região;

– conscientizar os eleitores para não votarem por dinheiro ou promessas que não serão cumpridas.

Temos pessoas com capacidade para turbinar candidaturas.

Mas candidaturas precisam de um gás que somente a administração e seu círculo podem dar.

Cito, de memória, como candidatos POSSÍVEIS, o ex-deputado Marcio Camargo; o ex-vice-prefeito Almir Rodrigues; o ex-prefeito Dr. Ailton Ferreira; o ex-presidente da Câmara Castor de Andrade; a atual vice-prefeita Angela Maluf; a atual primeira-dama, Mara Franco; o ex-candidato a prefeito Wellington Formiga; o ex-prefeito Quinzinho Pedroso, Danilo Ramos, filho do prefeito de Vargem Grande, Josué – e com certeza muitos outros nomes existem capazes de congregar forças numa só direção.

Consta que a deputada federal Bruna Furlan será, agora, candidata a deputada estadual. Por que não dobrar com um candidato nosso? O potencial de votos de Bruna é enorme e com certeza alavancaria qualquer nome que a ela se associar.

Também existirá, em 2022, o fator Lula, o único capaz, hoje, de encarar o presidente Bolsonaro numa disputa pela presidência. Eleito ou não, Lula puxará votos para seus candidatos pelo PT, com o mesmo efeito que Bolsonaro teve para seus três filhos, Janaína Paschoal e outros deputados do PSL.

Sugiro a formação de um grupo no Facebook, para concentrarmos forças e eleger um representante para Cotia. Que pense e respire Cotia, defendendo seus interesses com unhas e dentes. Problemas existem, demais. Nos falta alguém que corra atrás, em nível estadual e federal, apesar dos esforços do atual prefeito.

Voltaremos ao assunto.

 

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