
E o novo presidente?
Enquanto caminho até o ponto do ônibus ( estou sem carro e isso tem me permitido vivenciar momentos interessantes rsrrs), um casal de idosos, caminha na minha frente. Talvez não fossem exatamente um casal mas isso não importa, foi inevitável não escutar a conversa, afinal tenho dois ouvidos bem bons rsrs
Aparentando seus 70 anos cada um, conversavam sobre as mazelas da vida dos idosos e sobre o privilégio de estarem com saúde para poderem caminhar até o ponto. A tiazinha reclamou do preço do feijão.
– “daqui a pouco o pobre que vive de arroz com feijão, vai fazer o que da vida, comer só arroz?!”
– “E o preço do remédio? Dia desses gastei metade da minha aposentadoria”, comentou o tiozinho de cabelos bem branquinhos.
Apertei o passo para alcançá-los rsrrs
-“Ah mas, vamos esperar que vai melhorar, essa juventude tem tantas ideias boas, tanta coisa pra fazer, a gente ta velho, já fizemos a nossa parte, agora deixa pra eles”
– “É, vai melhorar principalmente para nós, os pobres. Vamos esperar o novo presidente…”
(Oi?? Novo presidente? Será que eles estão esperando as novas eleições já? Entendi nada mas aproveitei que a tiazinha toda simpática me disse bom dia pra entrar na conversa. )
-“ Os senhores viram a reforma da previdência apresentada ontem pelo novo presidente e que reduziu o valor da aposentadoria dos mais pobres e a aumentou a idade de se aposentar?”
– “Novo presidente, moça???”
-“ Sim, o Jair Bolsonaro”.
– “Ele já tomou posse, foi?”
Antes que eu continuasse a conversa, caminhamos um pouco no mais profundo silêncio.
Chegamos na Raposo e o assunto mudou para o trânsito. Eles se dirigiram à passarela, pois iam para o sentido oposto ao meu.
Fiquei pensando com meus amigos Tico e Teco: será que eles ainda não teriam percebido que trocou o presidente porque não viram nada acontecer e o preço do feijão e do remédio continuam caros?
Eu hein, cada conversa doida.