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Três pontos  – Venezuela em pânico.

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O Pânico coletivo da Venezuela

 

Atualmente o nosso país vizinho, que a anos atrás era o mais rico da America Latina, vem passando por uma situação extremamente complicada.


1 – Os apoiadores

Nada pior que uma situação de indecisão para deixar uma população em pânico. Independente de fraudadas ou não as eleições, o que se nota é que não foi feita a vontade popular. Você tem defensores de Maduro, defensores de Guaidó e aqueles que não se envolvem e só querem sair do meio disso tudo.

Os grupos que são partidários a um ou outro, tem uma visão limitada e concentrada no que seu líder propõe, sem dar muita atenção ao que acontece realmente ou que os outros dizem.

A concentração é tanta que é possível supor um estado de hipnose geral. Os discursos que normalmente são carregados de emoção, visam tocar o sentimento de cada cidadão, mas acabam afetando o discernimento, principalmente daqueles que estão suscetíveis a absorção de ideias colocadas como libertadoras.

Os dois lados aceitam as perdas, a falta de boas condições, a situação de stress e até mesmo a falta de comida. Encaram isto como se fosse uma penitência para alcançar a libertação, ou detalhes normais de uma guerra santa, pois o final desta guerra é a libertação.

Vimos os ataques de um lado e outro com as pessoas enfrentando a força armada com a fé. Fé em seu lider e suas promessas de libertação.

O que podemos ver é que no final deste embate quem perde são todos. Independente de quem derrotar quem, herdará um pais destruído e um povo ressentido. Um ressentimento que com certeza vai durar por gerações.


2 – Os não apoiadores

Não apoiadores são aquelas pessoas que não se envolvem nem de um lado ou de outro. Tentam cuidar da sua vida alheios aos acontecimentos.

Semelhante ao que acontece hoje em nosso pais, quando temos os petistas e os bolsonímios, e uma boa parte da população que não é partidário nem a um nem a outro.

Talvez este grupo é quem mais sofra, pois a partir do momento que você não está envolvido de um lado ou de outro, você tem a visão maior do que está acontecendo.

Uma visão que não tem tendências partidárias, ideológicas ou conceituais consegue assimilar muito mais informação. com mais informação, mesmo que filtradas, cheias de mentiras (fakes), exageros de um lado ou outro, ainda assim você tem esta visão maior e melhor das gravidades, dos erros, dos acertos e das pretensões.

Mas quando o cenário e o que apresenta no país vizinho a condição de sobrevivência fica arriscada e isto causa o pânico coletivo. Uma situação um pouco diferente do pânico que afeta uma pessoa.

Uma pessoa em pânico se encolhe, tenta se proteger, chora, delira, reage ao contato, uma reação de defesa sem controle. Uma situação de pânico coletivo é a fuga.


3 – Pânico da violência

A violência deste os primórdios de nossa vida é algo presente. A força física por muito tempo foi a principal negociação que os homens dominaram.

A violência também foi um dos principais dominadores das civilizações, como os Romanos em seus 8 séculos de dominação, os Mongol que dominaram a ásia e os Europeus na domínio das Américas e África, todas com desproporção de força, abusos físicos e sexuais, e toda barbárie que pode ser anotado.

Hoje a maioria das dominações é pelo voto, mas vai além de governos e dominadores.

Em nosso pais temos experiencias dessa situação de violência extrema, que causa pânico na população e altera o ritmo de vida.

A cidade de Fortaleza tem o maior índice de mortes no Brasil, mas não é a cidade mais violenta. Estou me baseando em sensações. Você em Fortaleza não se sente tão ameaçado como no Rio de Janeiro.

A alguns anos atrás o carioca ainda passava pelo processo de negação. Algo comum no processo de aceitação que uma condição está mudando.

Quando você tem algo que está muito bem, como um relacionamento ou trabalho, e perceba que isso vai mudar, a primeira reação é a negação, você rejeita a mudança, mas com o tempo é inevitável a mudança.

Assim foi o processo de aceitação de cidade maravilhosa para cidade perigosa. A Venezuela está nesta mesma situação. Apesar de vir de anos de governos complicados, e uma decadência financeira gradativa e constante, o limite da violência deixa todos perplexos.

Os jovens que não viveram a época de ouro da Venezuela talvez não sintam tanto. Os mais velhos com certeza sentem muito mais esta mudança.

Uma mudança dolorosa que destruiu o pais e a auto estima da população que como citei, pode demorar gerações para corrigir.

Anselmo Duarte
Psicanalista, Escritor, Jornalista, Palestrante e Engenheiro.
Autor de livros de auto ajuda e Romances policiais, atuante em palestras na busca do autoconhecimento e da valorização da saúde mental
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anselmoduarte.com

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