
Três pontos – Sem salto alto
Recentemente foi noticias nos principais jornais do mundo uma luta da atriz japonesa Yumi Ishikawa contra a regra do salto alto.
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A guerra dos saltos
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1 – Entendendo
No Japão e em muitas partes do planeta, o mundo corporativo tem regras quanto a vestimenta de homens e mulheres.
Para os homens é inaceitável deixar de lado o Terno e a gravata. Se ele não está vestido dessa forma, esta nu.
A flexibilidade da vestimenta feminina, apesar de ser muito mais variada, também tem sua imposições. Uma delas é o salto alto, que muitas vezes o condomínio onde fica a empresa exige que seja usado. Não consegue entrar no prédio sem a vestimenta “adequada” para o local.
A atriz começou em 2017 e já conta com 30 milhões de apoiadores no seu país e também com projeção mundial, para sua luta contra os saltos, que como todo mundo sabe, podem causar dores terríveis em quem usa.
Essa briga não é fácil, pois japão como em outros países assim como o nosso, o misoginia é forte, e colocada através de regras que limitam os avanços das mulheres.
Recentemente o Parlamentar Japonês Kanji Kato disse que as mulheres deveriam focar na reprodução de muitos filhos. Pois ao ficarem solteiras e sem filhos, seriam um peso para a o estado futuramente.
Aqui eles elevam a idade da aposentadoria e nem chega a ser um fardo.
2 – A luta não é só dela
Não pense você que isso é coisa de oriental, de um povo cheio de tradições antigas. Nos Estados unidos por exemplo, a luta contra o salto alto já dura 150 anos. Já teve até atriz que entrou descalço no tapete vermelho, em protesto contra a imposição do salto.
No Canadá recentemente uma lei proíbe que as empresas determinem o tamanho do salto que deve ser usado. Nas Filipinas também.
Esse tipo de imposição deliberadamente tenta regrar e nivelar as pessoas, para que limitem suas ambições aos níveis de grupos. Como no exercito, ou qualquer outro grupo militar, onde a vestimenta mostra que nível você está.
Nos anos 90 no Brasil os policiais do Rio de Janeiro enfrentaram uma discussão enorme quando os que patrulhavam de bicicletas passaram a usar bermudas.
Recentemente em 2014, os policiais do Rio grade do Sul fizeram o mesmo, mas não sem enfrentar uma rejeição e protesto de alguns conservadores.
3 – A roupa me defini?
A roupa não te defini, o papel dela é permitir que as pessoas identifiquem qual seu papel naquele momento, onde você está prestando o seu trabalho e assim organizar em situações necessárias.
Assim sendo certas exigências são necessárias enquanto outras não tem a menor lógica, podendo apenas se tratar de besteira tradicional.
O salto alto e a bermuda são uma delas. Não é pelo salto que você irá definir que uma mulher trabalha em uma empresa “x” ou “y”. Não existe a menor ligação entre o salto e o se trabalho. A bermuda também não deixa de identificar o policial, que possui tantas outas características em suas vestimentas que uma calça mais custa não interfere em nada.
O que precisa prevalecer sempre é o bom senso. Coisa que nunca foi muito próprio da moda, principalmente no que se refere a roupa, nunca houve bom senso para nada, haja visto os padrões que ela estabelece, totalmente distorcidos e fora da realidade de qualquer povo.
Tomara que a atriz tenha sucesso, mas como em outros países, a luta é demorada e se arrasta por décadas.
Vamos priorizar o bom senso.