
Sobre praticar a paciência em tempos de pandemia
O gás acabou bem na hora que eu ia começar a fazer as panquecas para o almoço. Liguei então para aquela empresa da musiquinha que fica martelando na cabeça de tanto que passa aqui pelo Parque São George, na Granja Viana. E, incrível como sempre passa exatamente na hora em que tô gravando meus podcasts mas quando o gás acaba tenho que ligar rsrs
O botijão custa R$ 90 e agora nem vem mais os brindes que sempre eram aquelas vasilhas do tipo “tapawer” mas só que não.
O atendimento é gentil, eficiente e muito rápido como sempre.
Entregador bate no portão e lá vou eu para atendimento padrão “novo normal”. Peço para esperar, coloco a minha máscara para atendê-lo.
O moço me olha como se eu fosse um “etê’. E eu pergunto se ele não ia usar a máscara para adentrar o meu quintal quando ele já com o botijão nas costas, me olha com cara de desaprovação, joga o botijão no chão e volta bravo para o carro e coloca a máscara com cara feia e entra me dando “sermão”.
– “Tá com medo de morrer, moça? Todos os que estão morrendo são os que nem a senhora, que usam máscara. Eu não acredito nesse vírus aí não”.
Contei até 10 mentalmente e pensei: “não quero discutir com alguém com esse nível de pensamento”.
Troca o gás pra mim, por favor, moço.
– “Todo mundo agora só morre de corona vírus!”, prosseguiu.
– “Esse vírus não existe. Isso é uma mentira que estão contando. A senhora acredita nisso? Ninguém mais morre de câncer, do coração, de mais nada?”
Já trocou o gás, moço?
– “Me dá um sabão pra eu ver se não está vazando. Esse vírus foi invenção desses políticos que não tem o que fazer. Eu não acredito.”
Entreguei o dinheiro e fiz ele sair o mais rápido possível da minha frente antes que eu resolvesse responde-lo.
Entenderam porque essa pandemia não passa? Porque os que pensam como o entregador de gás estão por ai, distribuindo vírus e desinformação.
As panquecas ficaram bem saborosas.