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O vírus e nós. Relatos da quarentena

Sábado, 21 de março de 2020 (o ano que a terra parou)

As águas de março já fecharam o verão, que na verdade, nem aconteceu. Começou o outono. Tá fresquinho lá fora. As janelas estão abertas e o vento corre pela casa.

As reportagens dão conta de que no Brasil cerca de 1,2 pessoas, de acordo com dados oficiais, estão contaminadas e 18 morreram, por conta do tal coronavírus, um bicho esquisito que ainda ninguém sabe direito quem ou o que é ou de onde veio. A situação na Itália é dramática cerca de 5 mil mortos, oficialmente mas sabemos que tanto os números do Brasil como do resto do mundo podem ser bem maiores.

Na TV o remake de Sandy & Jr no Altas Horas. Não tem programa ao vivo. As novelas foram interrompidas e a Lurdes não vai descobrir tão cedo que sua melhor amiga, Telma, comprou seu filho ainda bebê.

Entramos no sétimo dia de confinamento. A ordem é não sair de casa. Há um vírus lá fora mas não fui que fiz. Estamos em estado de calamidade. A ordem é #fiqueemcasa para que o vírus não se espalhe. Ninguém pode sair.

Enquanto isso, presidente da República debocha da pandemia e espalha noticia fake de que um remédio pode curar as pessoas, mesmo sem nenhuma comprovação científica. E já se antecipou e mandou o exército produzir em escala. Bolsominions comemoram…

Aqui em casa somos eu, minha mãe que tem 72 anos e é diabética, portanto grupo de risco, é preciso evitar ao máximo que ela tenha contato com o vírus que ataca o sistema respiratório e pode ser fatal para os idosos.  Aqui também está minha irmã, que ainda precisa sair para trabalhar apesar de a ordem ser não sair de casa. Mas precisa do emprego. A quarta integrante da casa é Bia, minha sobrinha que ficou sem aulas na facu e responsável pelo bom astral do ambiente.

Tá sendo divertido ver as redes sociais cheia de memes sobre as famílias confinadas em suas casas (só quero saber quanto tempo isso vai durar)

 

Com a determinação de ficar em casa, muitas empresas estão fazendo adaptações e os funcionários trabalham em casa.

Isso não é nenhuma novidade pra mim.  Já faço home office a quase 20 anos, na verdade sempre dividi meu tempo entre trabalho em casa ou na redação / escritório. Mas o fato de não poder sair de casa me incomoda muito. Estou presa?

Os primeiros dias aqui foram bem tranquilos. Sai algumas vezes para resolver questões profissionais e fazer compras. Fiz caminhadas no final da tarde. Todos os dias um pronunciamento do governador e do prefeito de Cotia enrijecendo as regras.

Isolamento total. Ninguém pode mais sair de casa. Comércios, restaurantes, academias, tudo que não é essencial FECHADO.

Nas redes socais, os memes continuam. A impressão que dá é que o pessoal está curtindo a novidade que nem sabemos quanto tempo vai durar.

Entre um texto e outro,  entre posts nas redes sociais para cumprir minha rotina diária de atender aos meus clientes e atualizar o blog, dar  uma espiada no face, no twitter, no instagram, um café,  muita água e de vez em quando também vou para o fogão me divertir.

Isso não é um diário mas resolvi compartilhar um pouco dessa rotina de agora em diante porque não sei o que vai ser daqui pra frente…

 

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