
Meu primeiro almoço no Bom Prato
Aproveitei que estava ali do lado e como não tinha fila (talvez por conta da chuva), fui conhecer o restaurante popular que vende almoço por R$ 1,00. Sim pessoal, antes que me perguntem, eu paguei como qualquer outra pessoa.
No cardápio: arroz, feijão, macarrão salada de cenoura e linguiça. Para beber, água. A sobremesa foi mexerica. Vale dizer que o prato é muito bem servido e não dei conta.
Uma cena me chamou atenção durante o almoço: um senhor mal vestido e sujo, visivelmente uma pessoa em situação de rua, entrou. Um senhor que acabava de almoçar queria que ele fosse expulso do local pois não deveria estar ali. Antes que eu me manifestasse, outras duas pessoas foram em defesa do cidadão que queria “apenas” usufruir do seu direito de almoçar por R$ 1,00 igual a mim e a todos os outros que estavam ali.
Por mais que o sujeito preconceituoso e desumano reclamasse, ele ficou. E o desumano teve que se calar e se retirar, reclamando, imagino que com seu orgulho ferido de ter comido no mesmo restaurante que uma pessoa em situação de rua.
Na minha minha frente uma tiazinha almoçava com voracidade, me pareceu que estava com bastante fome mas separou o macarrão; disse que não poderia comer massa porque é diabética. Mas traçou as demais comidas. A outra tiazinha do meu lado, disse que se pudesse comeria ali todos os dias, igual a uma conhecida dela, uma idosa que mora no Jardim São Miguel e vai todos os dias almoçar ali.
Ah, na minha troca de conversa com as duas simpáticas senhoras, descobri que a cor da bandeja é que define a quantidade de comida, a laranja para quem está com muita fome, eu diria que seria o “Bom Pratão”. Já a bandeja bege, pra quem está com pouca fome, o “Bom Pratinho”. Da próxima vez pego a bandeja bege.
Do mais, a comida estava saborosa e quentinha.