
Finados. Lembranças.
Dia de Finados pra mim é um dia emblemático. Deveria se chamar dia da Saudade.
Não costumo visitar cemitérios. Guardo meus entes queridos nas minhas lembranças diárias.
Aqui em casa por exemplo, sempre lembramos de meu avô Sebastião no café da manhã quando pegamos a manteiga dura. Ele tinha o hábito de todas as noites antes de dormir tirar a manteiga da geladeira. Era o vô Sebastião Marques que descascava a melhor laranja desse mundo. E a vó Olimpia, que sempre tinha um doce caseiro reservado pra gente? E a tia Maria que sabia “de cor” o dia do aniversário de todos nós!?
O vô Antônio Domingos que acabei convivendo pouco por conta da distância, era um velho matuto e cheio das histórias e brigava quando a gente queria subir no pé de ciriguela – depois descobrimos que as cobras também gostavam de cirigula. A vó Ana fazia o melhor frango caipira que era criado solto no quintal.
São muitas as histórias que remetem ao seu Narciso Marques, meu pai, homem simples de um caráter inquestionável. Certa vez encontrou um pacote dinheiro numa obra em que trabalhava de ajudante de pedreiro – era muito dinheiro, que poderia ter mudado a vida de nossa família, mas ele fez o que? Entregou ao dono da obra (que nem era o dono do dinheiro) mas ficou de consciência limpa por não usufruir de uma coisa que não era dele.
O almoço de Natal era sempre na casa da Tia Luzia, minha madrinha. Tinha sempre frango assado, lasanha e a melhor maionese dessa vida. Ah, e sempre tinha bolo para comemorar o aniversário do Edvaldo, meu primo, que é dia 21 de dezembro.
Não dá para mencionar em um texto todas as pessoas que já passaram pela minha vida e que já partiram mas, quero apenas reforçar o que todos já sabemos, a vida na terra é passageira mas os momentos, as lembranças ficam para sempre e é muito melhor a gente guardar as boas lembranças de uma vida bem vivida e compartilhada.
Quando eu morrer, espero que tenham boas lembranças de mim.