
Uma proposta para o Plano de Mobilidade da Raposo Tavares
Antes que pensem o que estou imaginando que vão pensar, algo do tipo: “quem essa jornalistinha metida pensa que é para dar palpites em projeto tão fundamentado de técnicos tão experientes?”, adianto que é fato, não entendo nada de trânsito, e também detesto dirigir, quem me conhece sabe bem disso.
Mas não vou deixar de dar meu palpite por causa, disso, afinal esse blog é meu hehehe! E essa cidade também é minha sim!
De tudo que vi, ouvi, li e escrevi ficam mais duas observações.
Os estudos, que considero bem feitos, apontaram que a maioria dos carros que entopem a Raposo Tavares, são de moradores da Granja Viana. Logo podemos chegar a conclusão do óbvio: a cidade cresceu desenfreadamente e sobretudo a Granja Viana, que é vendida pelos grandes empreendedores (que muitas vezes ocultam que a Granja é apenas um bairro de Cotia e outras dizem que se entende até o km 40 da Raposo) como melhor opção de vida tranquila, ar puro, muito verde e sossego para criar seus filhos ou curtir a terceira idade (que agora tem até cinema grátis).
Não preciso dizer que isso é fruto da falta de planejamento que essa cidade nunca teve, ao menos nos quase 40 anos que moro por aqui. Mas quero acreditar que o atual prefeito Rogério Franco (PSD) vai cumprir sua promessa de campanha e planejar a cidade para os próximos 20 anos. E assim, eu velhinha poderei não só usufrir de cinema grátis mas de uma cidade em condições para eu passar o resto dos meus dias com a qualidade vendida pelos empreendedores da Granja Viana: tranquilidade, ar puro, muito verde e sossego e, acrescento nessa lista bons postos de saúde, um sistema de transporte que funcione (lembrem-se que eu disse que odeio dirigir, né? E idosos tem mais probabilidade de ficar doente) e bons políticos (não, melhor deixar isso de politico fora da lista rsrsr).
A segunda observação, e com todo respeito aos engenheiros (aliás, os engenheiros sempre rondam a minha vida, será isso um sinal?), mais uma vez o projeto de Mobilidade da Raposo e Granja Viana, na minha humilde opinião falhou. Embora a culpa de entupir a Raposo, a São Camilo e a José Felix seja por excesso de carros UTILIZADOS POR PESSOAS, o foco, a prioridade foi o carro e não as pessoas.
Meu amigo Robson Dias, que de vez em quando escreve por aqui, e que também não é engenheiro ou um entendido de trânsito, é filósofo e marqueteiro, ao comentar o projeto, escreveu:
“… ao falar de mobilidade senti falta de estudos sobre outros modais de transporte, pois a proposta se trata pura e simplesmente de automóveis.
Os técnicos disseram o tempo todo que o tráfego predominante é local (portanto com pequenos trechos utilizados de um ponto a outro), não seria interessante a implantação de um sistema de transporte urbano em estilo circular, com sistema de bilhetagem que permita embarque e integração em um período de tempo, como já acontece em São Paulo? Assim, quem vai ao shopping para almoçar, em uns dos horários de rush, teria a possibilidade de deixar o carro na garagem/estacionamento.”
Pois é, concordo com o Robson, e ai de mim discordar dele assim na frente de todo mundo, nunca mais me convida para um almoço ou jantar na casa dele, ou me faz um bolo e aniversário, ou me leva aquele docinho caprichado que ele mesmo preparou hehehe!
Mas eu também senti falta de algo e agora vem então a minha proposta: ciclofaixas.
Escutei um “tá louca, Sonia?”
Não. Não estou louca, mas usando meu direito de opinar. E digo mais, também defendo a criação de “bicicletários”, aqueles em que é possível guardar as bicicletas por um período. Agora que a São Camilo terá mão única e alguns pontos alargados penso que seja possível adotarmos mais um tipo de transporte e ainda incentivar a prática de atividades físicas.

E como moro no Parque São George e fico sempre observando a quantidade enorme de pessoas que circulam a pé em destino a seus trabalhos, academia, supermercado, feira, e outros lugares porque não há uma linha de ônibus que atenda essa região, sugiro também uma ciclofaixa ligando o ponto de ônibus do km 25 (ali onde está previsto um novo viaduto) à rua das Granjas e à Cherubinna Viana por exemplo.
Sugiro aos meus amigos da Engenharia que façam os cálculos – o pessoal de humanas não é bom nisso. E aos meus amigos políticos que talvez leiam esse textão, sugiro que olhem com carinho para nossa gente e lembrem-se que também ficarão velhos e deixarão a cidade para seus filhos, netos, bisnetos…. como querem ser lembrados por eles?