
Três pontos – Lendo entre linhas
Hoje com um traço fora da curva, eu gostaria de comentar uma declaração da Cantora Deborah Blando que está na internet no site Visão Oeste.
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SEMPRE PODEMOS TIRAR UMA LIÇÃO
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1 – A declaração
Talvez você não conheça a cantora e nem sua carreira. Mas só pra resumir é um artista que surgiu nos anos 90 cantando em inglês, com uma voz maravilhosa, musicalidade acima da média além de uma beleza física que até hoje é admirada por muitos. Deu continuidade a carreira cantando em português e inglês. Teve algumas músicas como tema de novela, o que impulsionou sua carreira por alguns anos.
Logo ficou fora da grande mídia, mas a saída dos holofotes nunca interrompeu a carreira ou perdeu a qualidade.
O que ela disse é que no pais, nós aqui, qualquer pessoa é famoso e a linha musical virou pornografia ou musica de corno.
Frisou que a maioria das letras são machistas e grotescas, que não tem poesia ou arte.
E finalizando disse que: Quem tem talento de verdade não tem espaço.
Se despediu do publico dizendo que vai focar sua carreira fora do país, pois desiste de trabalhar aqui, pois não vai mostrar seu corpo de forma grotesca e nem ceder a vulgaridade para manter a carreira.
2 – Então é assim.
Eu acho interessante quando as pessoas começam a dizer que hoje é assim, que eu prefiro como antigamente, que agora é baixaria, que antes era mais respeito e tantas outras neste sentido.
Para estas pessoas eu sempre recomendo um remedinho pra memória.
Dizer que hoje em dia as musicas são pornográficas e com apelo sexual, ou estão falando de corno, é pra quem desembarcou hoje no planeta e nunca viu uma musica antes.
Entendo que algumas linhas musicais estão bem complicadas. A qualidade despencou de forma terrível. Mas isso não é uma prioridade nossa, muito menos uma novidade.
Sempre tivemos os pornográficos, os apelativos, e nem vou começar a enumerar as dores de corno que as letras antigas que nos tínhamos. Aliás a grande motivação de compositores, que são normalmente personalidades extremamente carentes, onde a dor de cotovelo sempre foi a principal inspiração. Se a música não te remete a uma boa dor de corno, praticamente não tinha sucesso antigamente. Não é Zezé?
Aliás o nosso país sempre seguiu as tendencias musicais dos Americanos. Tivemos alguns lampejos de musica própria, mas de forma geral, estamos alinhados.
Este declínio musical é geral.
3 – A mensagem por trás da declaração
A mensagem que se pode tirar desta declaração é muito importante para você que está fora do mercado de trabalho, ou está estagnado em sua carreira.
A crítica de Deborah Blando é um grito de frustração pessoal e profissional, de alguém que está profundamente decepcionada com sua vida profissional.
Um misto de Narcisismo com baixa auto estima e recheado com arrogância faz com que sua declaração de que vai para fora do país, demonstre que é realmente um frustração. A agressividade das declarações, mostra que a mentalidade da artista não evoluiu e ainda se agarra no passado para justificar um futuro que ela julga ser uma recompensa que não veio.
Um clássico do sentimento narcisista que acredita que o mundo tem um divida com ela, e se não está pagando, está errado.
Mas a grande lição que podemos tirar desse episódio é o seguinte:
Não basta conhecimento, não basta talento, é preciso evoluir.
É indiscutível a qualidade musical, o talento para as artes da cantora que parou no tempo com suas músicas que fizeram sucesso em novela a mais de 20 anos, e como coloca em sua declaração, se recusa a adaptar ao mercado.
Não estou justificando que ela precisa vulgarizar, mas bater o pé, fincar ancora no que se fazia a 20 anos atrás, com certeza vai ficar fora do mercado.
As profissões e carreiras hoje em dia necessitam disso. Evolução e criatividade.
As justificativas dela sobre famosos não artista, são fatos no mundo inteiro, nada de origem ou exclusividade nossa. Lá fora o consumo de reality é muito maior aqui. Que digam as Kardashian, Gene Simmons entre outros.
Mas é uma lição que podemos tirar desse processo é que: adaptar ao mercado é uma necessidade constante.
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Mas se no final ela vai embora mesmo: Vaya con Dios.