
Três pontos, dependendo do ponto de vista.
Dizem que tudo na vida tem mais de uma verdade. Também podem ter mais de uma interpretação, tudo depende do ponto de vista.
1 – Policia Rodoviária Federal comemora resultados de feriado.
A Policia Rodoviária Federal comemora a queda nos números de acidentes fatais nas estradas que este feriado fecharam em 50 ocorrências com vítimas fatais. segundo a matéria do site Auto Esporte os números decorrem do trabalho de conscientização da população e do trabalho da corporação durante todo o período do feriado.
Foram multados 26% a mais de motoristas com alguma irregularidade nos veículos e 9% no aumento de crianças sem cinto de segurança ou suporte adequado para transporte (as famosas cadeirinhas).
O numero também teve grande aumento nas capturas de ultrapassagens irregulares e excesso de velocidade, que chegaram a 75.800 este ano.
A policia comemora a queda gradual de ano a ano no numero de acidentes com mortes, a partir do pico de 2011 que foi de 154 mortes registradas. Em 2015 foram 96, em 2016 e 2017 o numero ficou em 83 em 2018 caiu para 70 mortes e agora registra 50 óbitos (é importante a redução de vidas perdidas para acidentes de trânsito).
Com todo o respeito ao trabalho da policia mas, pelos números de multas e fragas que aumentou em relação ao ano passado, estamos considerando números absolutos sem qualquer outro parâmetro e fazendo uma tola comemoração. Olhando por outro ponto de vista:
Somente baseando nas reportagens dos sites, em 2011 foram 5,5 milhões de veículos nas estradas, em 2015 caiu para 2 milhões, em 2016 manteve 2 milhões, em 2017 numero caiu para 1,8 milhões, em 2018 despenca para 1,1 milhões e 2019 melhora para 1,6 milhões de veículos nas estradas.
São dados de reportagens não se trata de números oficiais, estão relacionados somente ao feriado de páscoa, mas retirando a precisão, em ordem de grandeza nem é preciso tanta estatística para concluir que: “Comparando a queda de viajantes neste período, não tem o que comemorar”.
Temos hoje aproximadamente um terço de veículos viajando no feriado de páscoa, em relação a 2011.
Temos hoje aproximadamente um terço de mortes em acidentes no feriado de pascoa, em relação a 2011.
Assim eu posso cogitar duas hipóteses: ou nada foi feito neste período a não ser o aumento de multas, ou o que foi feito não surtiu efeito algum. De qualquer forma prevalesse o “nada”.
Ao invés de maquiar os dados e pintar a matéria para comemorar, vamos olhar nas entre linhas e começar a se mexer.
2 – Ivan Valente critica Ministro da Educação.
O Deputado Federal Ivan Valente, ainda no PSOL, fez declarações que mostram sua preocupações com a atual situação da Educação no país.
Isso logo após solicitar novamente a retomada do período de carência que era dados aos alunos do FIES que após a formatura teriam 18 meses para começar a pagar o empréstimo. Essa carência foi retirada e está complicando muito a vida do recém formado, que na maioria desempregado e endividado.
Até ai dá pra ler matéria, ouvir discurso e até concordar. Mesmo não concordando com o FIES, mas já que está ai que seja ao menos flexível com a atual situação econômica que vivemos.
Também dá pra concordar quando ele fala que o Ministério está parado, sem politicas de educação, sem norte para caminhar, com trocas de cargos, brigas internas, caiu o ministro e foi colocado um policial no lugar, que seja, também dá pra concordar.
Mas quando vem dizer que ele tem medo que a extrema direita implante uma politica de idealismo, passando isto para as universidades e alunos, ai como diz o nosso querido Chico da Tiana: é de descolar o rego da bunda. Olhando com outro ponto de vista:
No mínimo ele deveria alertar que tomem cuidado de passar idealismo e não formação aos alunos, assim como fizeram até agora. Uma politica de ensino que mudou fatos, criou factoides, introduziu ideologias em quase todas as áreas como temos até hoje.
Como dizia minha avó, o sujo falando do mal lavado.
Qual a diferença do que já fizeram?
É a mesma prática!
A estória de escola sem partido, é algo que não veremos por muitos anos ainda neste pais.
Ao que parece somente houve uma troca de seis por meia dúzia. A mesma falta de planejamento, preparação de docentes, projetos de alcance aos mais carentes. Nada mudou e não vemos sinais de mudar. O processo de ideologias até agora o mesmo.
Se a ideologia “A” é melhor que a “B” isso não cabe classificar. O que vale é que esse sistema de ideologias é péssimo.
Não ensina nada a ninguém, cria somente acéfalos repetidores de frases feitas, sem o menor conhecimento de nada e o pior, acreditando que não precisam saber de mais nada.
Professores mal preparados, mal remunerados, sem incentivos, encostando nas vertentes da lei que afasta por problemas de saúde como depressão. Escolas sem estrutura, ultrapassadas com alunos desmotivados, sem empenho, aprovados por presença, a caminho de uma sorte na vida profissional. Mais cabeças para a massa manobrável.
3 – Lei Rouanet vai mudar.
O Ministério da Cidadania anunciou hoje, em um vídeo do ministro Osmar Terra, as novas regras para a Lei de Incentivo à Cultura, conhecida popularmente como Lei Rouanet. As mudanças, que pretendem deixar de lado o nome “Rouanet”, ainda não foram publicadas no Diário Oficial da União e devem ser incluídas em instrução normativa.
As principais mudanças são: teto de 60 milhões para 1 milhão, ingressos com desconto de 10 % até 40%, limite anual de 10 milhões por projeto e mais alguns detalhes que você não precisa saber. E não precisa saber por que se olhar com outro ponto de vista:
Se você é um artista amador que tem seu projeto para fazer uma peça de teatro por exemplo, com essa verba poder garantir uma produção apresentável, ou se você é um escritor e pretende lançar um livro, e esta verba ajudaria na impressão; ou um artista que vai montar uma pequena trupe para levar o seu trabalho para pequenos locais, como lonas e teatros, se você é alguém que não tem fama, não tem uma boa projeção, não vai mudar nada.
Vai continuar caindo na mão desses advogados que elaboram os projetos, cobram uma nota e não são aprovados. Ou quando aprovado você fica com o projeto na mão, mendigando de empresa em empresa que nem te recebe por que não te conhece. Para você que faz arte neste pais e não está ligado a uma dos pouquíssimos meios de projeção, a Lei Rouanet ou qualquer outro nome que derem, não vai mudar nada. É mais ou menos a mesma coisa do micro empresário ir até o BNDES com um projeto tentar pegar um empréstimo. Eles colocam você pra fora na hora.
Não tem projeto de incentivo neste pais e não vai ter. Incentivar as pessoas faz com que elas cresçam, e quando crescem escapam das correntes.

Psicanalista, Escritor, Jornalista, Palestrante e Engenheiro.
Autor de livros de auto ajuda e Romances policiais, atuante em palestras na busca do autoconhecimento e da valorização da saúde mental
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