
Três Pontos – A dependência e o medo
Vamos entender os dois lados, a dependência e o medo na mesma intensidade, para que a informação não seja colocada de forma unilateral. Afinal, as duas fobias são totalmente distintas, e falar de uma sem a outra, é extremar.
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A CONFIRMAÇÃO DA MÁXIMA QUE SOMOS MUITO DIFERENTES
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1 – Tecnofobia.
É o medo que muitas pessoas sentem em relação a tudo que é novo.
Aparelhos, metodologias, rede sociais,sites de relacionamento, plataformas de paqueras e por aí vai.
Todo e qualquer meio onde a interação que saia do tradicional, tradicional para o tecnofóbico, pode causar medo e aversão.
Um estudo aponta que algumas profissões sofrem mais desse transtorno que outras. Professores por exemplo, são extremamente avessos ao uso de tecnologia para o seu trabalho.
Profissionais autônomos também tem uma forte tendência a recusar novas tecnologias em todos os sentidos. Alguns abraçam até um limite de seu conhecimento e fixa naquele limite.
O medo de relacionar ou usar os meios virtuais, como o depósito de arquivos em nuvens, ao invés do velho caderno, causa muito medo.
Uma das alegações é o risco. Mas os estudos apontam que comprar pela online corre menos risco que uma compra física.
Se você comprar online corre o risco de um produto que não goste, demora de entrega, e a clonagem de seus dados que vai causar uma dor de cabeça por um tempo.
Comprar na loja física você corre o risco de um produto que não goste, e a clonagem de seus dados que pode causar uma dor de cabeça por um tempo, além do risco de ser assaltado no trajeto, um acidente de trânsito, além da perda de tempo para localizar o produto que deseja.
Na verdade, os riscos são os mesmos. Assim como conversar com alguém pelos meios virtuais.
No seu bairro você conversar sempre com as mesmas pessoas, com as quais têm uma afinidade e conhecimento das ideias.
Pelos meios virtuais o fato conhecer novas pessoas, novas ideias, conceitos e convicções que vai tirar da zona de conforto é o fator de maior medo dos que sofrem deste transtorno.
2 – FoMO
FoMO ou ‘Fear of missing out’ é o medo de ficar por fora nas redes sociais.
Na verdade estende este medo em ficar fora de tudo que é novidade tecnológica, meios virtuais, sociais e tudo que se refere a tecnologia.
Checar Facebook, instagram, Twitter ou qualquer outros meios a cada cinco minutos, ou até que tenha alguma novidade. São us dos sintomas.
A dependência dos aparelhos e dos meios sociais não é uma novidade. É reconhecida pela OMS desde o ano 2000, quando alguns casos foram necessários internação para
Um estudo na Inglaterra aponta que lá a faixa mais atingida são pessoas de 18 a 34 anos que não conseguem mais se desconectar. Pessoas chegam a perder o sono e com isso influenciam a sua saúde, para não ficar de fora das novidades, 24 horas por dia.
No Japão estava em aprovação uma lei que proibia o uso e consulta de celular na rua em trânsito. Aquela mania de caminhar olhando para a tela.
Muitos acidentes aconteceram neste sentido.
Mas como aqui falamos das fobias, do medo de ficar sem, o que mais ocorre é o desligamento do mundo real, compulsão alimentar, isolamento e depressão.
Esta fobia é grave e tem que ser tratada.
3 – Resumo da ópera
Como destaquei no início da coluna, não se pode falar de uma sem citar a outra. A tecnofobia é real e atinge muita gente, ao passo que a FoMO também é real e atinge outra grande parte.
As tecnologias estão ai e tem como objetivo a facilitação de tarefas. Mas com isso ela proporcionou outras funções que nem tinha em seu princípio como a comunicação rápida, o espalhamento da informação ou desinformação em tempo real, muito além dos meios de comunicação tradicionais.
É impensável a 30 anos, escrever uma matéria como esta, com o uso de conhecimento sim e um pouco de pesquisa complementar, verificação de fonte, correção de texto, edição de imagem e postagem em menos de uma. Seria necessário ao menos uns três dias, para confeccionar a tipografia, edição, editoração, imagem, gerar o fotolito e esperar a impressão.
A tecnologia permite que você converse com pessoas que jamais encontraria no mundo real. Ao mesmo tempo, possibilita que pessoas acompanhem outras, comentando e compartilhando, deixando a sua própria vida de lado.
Como tudo nesta vida, é uma questão de dosagem. O remédio e a droga é só uma questão de dosagem.
Abandonar não tem como, mas mergulhar sem limites é inviável.
Use a tecnologia. Assim como você usa um carro. Para muita gente, um carro é um meio de locomoção, um utensílio. Para outros é uma paixão, um bem maior, uma raridade, algo que vai além da paixão.
Assim é a tecnologia. Se usar como ela está disposta, como um utensílio para a sua vida, vai ser bem útil. Tanto para trabalhar como para conhecer alguém interessante.