
Notícias novas com cara de velha
Caros amigos e amigas, cidadãos sucupirenses!
O fim da “hegemonia” masculina na Câmara Municipal de Cotia durou pouco. Ontem o jovem vereador tucano, Fernando Jão, voltou a vereança e a então suplente, Ângela Maluf deixou a cadeira.
Em seu discurso de “despedida” a verde Ângela agradeceu ao tucano Jão pelos meses que esteve na cadeira da casa legislativa. Já aí, está uma clara percepção de uma leitura errônea. Não era ao vereador que ela deveria agradecer, mas aos seus 1164 eleitores e eleitoras que a deixaram em situação de suplência (aliás, mesma posição que obteve na eleição de 2012 quando filiada ao PSDB teve 838 votos).
Jão foi lembrado ontem nas redes sociais pela criação da lei que proíbe o Uber, que volta e meia vira polêmica. Apesar disto, o jovem tucano teve significativos votos, mas o seu projeto em 2016 sempre foi assumir uma secretaria de destaque no governo de Rogério Franco. (Se no lugar da verde Ângela Maluf, outro ou outra fosse suplente, este teria sentado na cadeira da Câmara. O projeto foi construído nestas premissas e foi consumado nestes termos)
Não dá pra deixar de citar a presença do petista juramentado e mais recentemente fiel escudeiro de Jão, Toninho Kalunga que se paramentou todo de terno para o retorno do amigo tucano e ocupou posição de honra na mesa. Vale lembrar que Jão é do PSDB, mesma turma que ele faz questão de fazer duras críticas nas redes sociais e que é (em tese) principal algoz de seu partido em nível nacional, estadual e até bem pouco tempo municipal.
A saída de Jão do governo agitou também a oposição, que vê nisto um forte indicio de que o veredicto negativo ao governo de Franco se aproxima. Toda semana vários grupos no WhatsApp anunciam que o julgamento vai acontecer e que prefeito e vice serão cassados. O fato é que a saída de um secretário com o perfil de Jão é de fato negativa ao governo. Jão é jovem, inteligente e articulado e se mostrou desmotivado a continuar no governo. Há meses já se escutava nos corredores da Câmara e da própria prefeitura que o secretário estaria inclinado a deixar o cargo por não estar contente com os rumos iniciais do governo. Sua ruptura é de fato significativa, embora o governo, não emita nenhuma nota sobre o fato (e nem vai emitir, como não emitiu nenhuma nota nas mudanças de cadeiras de secretários que já houve nestes 8 meses de governo).
Enfim, tudo volta ao normal em Sucupira. Sem mulheres na Câmara. Sem mulheres no primeiro escalão do governo, com exceção da primeira dama. Com trocas de secretários sem comunicação alguma para a sociedade. Com outros nomeados às escuras, sem competência técnica para atuar na área.
Aliás, algum dia isto deixou de acontecer por aqui? Quem sabe mais pra frentemente.
Por Rubens da Fonseca (pseudônimo, morador de Sucupira,
confabulador politico-sigilista)