
Dia Mundial do Meio Ambiente: quem se importa?
No dia Mundial do Meio Ambiente, manchete do porta G1 traz estudo realizado por pesquisadores de seis países revelando que 68% das áreas de proteção ambiental e territórios indígenas da Amazônia estão sob ameaça de projetos de infraestrutura, planos de desenvolvimento econômico e atividades de exploração da maior floresta tropical do planeta.
O texto do G1 segue dizendo que “ atualmente, existem 390 milhões de hectares dedicados à conservação ambiental e territórios indígenas, de um total de 847 milhões de hectares da chamada Pan-Amazônia.
Este território compreende não só os 62% da floresta localizados no Brasil, mas também sua extensão em outros sete países – Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e um território de outro país na América do Sul, a Guiana Francesa.
Para identificar as ameaças, a Rede Amazônica de Informação Ambiental Georreferenciada (Raisg), sob a coordenação da ONG Instituto Socioambiental, reuniu dados de governos e informações de imagens de satélite e analisou os impactos de seis tipos de intervenções: obras de infraestrutura de transporte, hidrelétricas, mineração legal, extração de petróleo, queimadas e desmatamentos.”
Outro ponto que chama a atenção é que muitos dos projetos devastadores da Amazônia e de outras áreas de proteção, são apoiados ou até determinados pelos governos, federal, estadual e municipal, como abertura de estradas e construção de empreendimentos imobiliários. “É o progresso, minha gente!
Mas não é preciso ir muito longe, nem tampouco ser um técnico ambiental para perceber o quanto as leis ambientais são descumpridas no Brasil. Aí mesmo na sua rua, no seu bairro, na sua cidade é possível constatar.
Eu de novo vou usar o exemplo da cidade em que eu moro onde está uma das maiores reservas florestais do Brasil, tombada pelo Patrimônio Histórico e considerada Patrimônio da Humanidade, a Reserva Florestal do Morro Grande, sob a tutela da Sabesp, tem mais de 10 mil hectares de área e abriga os reservatórios de água Pedro Beicht e Cachoeira da Graça.
Eu já tive o privilégio de visitar a Reserva algumas vezes, é de encher os olhos tanta beleza e ficar com aquele orgulho em saber que esse Patrimônio da Humanidade está na minha cidade. Mas nem tudo são flores, pássaros raros, animais em extinção, onças, jaguatiricas, preguiças e tantos outros animais e outras espécies que compõem aquela rica fauna e flora.
Eu também já tive a oportunidade de ver a reserva de cima, quando peguei uma carona em um vôo do Instituto Hábita, que estuda a criação de um pólo de ecoturismo na reserva (mas isso é assunto para outra pauta).
Apesar de toda a beleza vista lá cima, as cenas que vi lá de cima me assustaram. É fato que na ocasião havia uma grande estiagem, estávamos naquele período de seca em que o então governador Geraldo Alckimin (PSDB) insistia em dizer que não havia racionamento e que esperava setembro e a chuva da primavera resolver o problema da seca, como se toda a culpa fosse mesmo de São Pedro. E com isso, a Represa de Cotia, a exemplo de outras estava com menos de 50% de sua capacidade.
Mas não foi exatamente esse fato que me chamou atenção lá de cima, mas sim o desmatamento silencioso que ocorre na reserva, fruto da desenfreada especulação imobiliária, da falta de planejamento, de fiscalização e também de vistas grossas de quem deve ou deveria fiscalizar, cuidar e impedir que a reserva seja devorada aos poucos.
O vídeo abaixo, gravado por mim, mostra um pouco essa realidade e você pode tirar suas próprias conclusões. Na sequência um outro vídeo, produzido pela equipe do cotiatododia, da qual eu fazia parte em parceria com a Moai Filmes , você pode conhecer um pouco mais a reserva.
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